setembro 22, 2012

** Mensageiro do Mar **



 

Mensageiro do Mar
Tu que vieste trazido pelo leão
por ondas não formadas
de um oceano, o turbilhão.
Mensageiro do Mar
Com sua voz grave e gutural
espalha luz aos quatro ventos
em seu sorriso jovial.
Mensageiro do Mar
que tanta falta me faz
quisera eu ve-lo aportar
para mais uma vez te abraçar.
Mensageiro do Mar
tu és mensageiro do amor
guardo comigo o sorriso de teus olhos
que é fonte de luz e calor.
Mensageiro do Mar
que os bons ventos um dia o tragam  aqui
enquanto não posso buscá-lo
com meus devaneios
vou para a frente do mar esperá-lo.

junho 09, 2012

Mãos Dadas



Quisera eu nesse momento entrar em sintonia com o seu pensamento

Ao relento,
Quem sabe deitar a cabeça no seu colo,
Olhando pro alto que não tem fim,

Enfim,

Sentindo a sua mão afagando meu cabelo...

O espelho reflete os dois, e o um,

Comuns,

Anormais,

Simples mortais que buscam a beleza da evolução,

 A emoção,

O sentimento,

O ressentimento que se extrai da mais profunda camada,

O mais belo verso de amor, mas não há dor,

Há cor,

Rubor nas faces, decorrentes de uma frase proibida e engraçada na calçada,

Agora, passeia de mãos dadas, e as mãos entrelaçadas balançam e dançam,

Se cansam,

E se abraçam,

E agora pé com pé sincronizam seus passos e seguem olhando o horizonte

A frente

Não existe mais barreira,

Uma palmeira enfeita a praça cheia de graça

E um banco convidava a uma pausa,

Sem causa,

Apenas para imaginar o agora,

Sem hora,

E sem pressa para chegar o amanhã.

maio 31, 2012

Palavras Soltas



Desconheço por hora a métrica de uma poesia.  
Não encontro agora, sentido nas palavras simétricas
tão vazias, tão sozinhas, presas e soltas,
cada qual em sua linha.
Minha poesia é desgarrada de raiz
ela se compõe  com as palavras que pulam amarelinha.
Enalteço por hora, toda simbologia,
cronologia e simetria de um texto bonito.
Mas, tiro meu chapéu e dobro meu joelho
para o texto que chega descalço, em trapos,
e transforma a bagunça em realeza,
e com simplicidade expõe sua beleza e sua dor,
de uma forma tão singela e propícia que por mim seria notícia em todos telejornais.
Não abafem, pois, caros amigos,
o grito preso de sua garganta,
se tens medo de falar , solta a voz e canta,
se tens medo de perder,
exorcise seus fantasmas e comece a escrever
não pense em mais nada além de suas palavras,
que podem ser doces, cruéis ou sólidas,
depois do primeiro rabisco, a caneta ganha vida própria
o nosso único trabalho é acompanhar
os passos embalados por uma bateria de emoção,
confusão, frustração , sinta apenas sua mão,
seu lápis e nunca deixe de o conduzir.
Não leio o que escrevo no dia que escrevi,
mas quando pego para reler, fico na dúvida se posso ou não crer,
que tais palavras eu, tive a capacidade de escrever.
Que  lindas sejam as rimas,
que lindas sejam as poesias.
E mesmo se não falarem de amor,
poesia triste  torna-se bela,
pois de uma forma ou outra
foi
escrita
por
amor.

março 15, 2012



O telefone toca, eu falo alô e não há resposta, só a linha muda ...
eu sou a linha
muda... contínua.
Sou ridiculamente apaixonada por tudo que me ignora.
Sinto prazer em desejar do último galho a amora,
ando às avessas no escuro procurando o lado certo de alguém....
Não há ninguém.
Troco o par do sapato pra ver se desentorto o pé  para andar direito,
não tem jeito ,
eu tropeço, me stresso e sigo descalço.
Encontro um maço, tiro um trago, acendo um café,
desenho fumaça, peço licença para escada - ela não me concede - então eu fico de pé.
Em pé eu me movimento, surge uma letra e uma música triste ,
lembro da beleza das palavras que enobrecem a tristeza,
me sirvo de um prato de folha e uma caneta sobre a mesa de sobremesa;
mastigo devagar algumas letras e bebo frases,
de aperitivo, uma caixa de idéias soltas para juntar.
Então aqui eu me encontro, me sentindo "Alice com seu tic-tac" ,
onde nada faz sentido, mas é tudo real.
Acho que sou um quadro abstrato , me encontro e me perco em linhas e borrões,
mas no final somente quem olha com o coração pode entender que abstrato não é borrão
é a essência de uma alma que expõe aquilo que foi, e aquilo que é !